sexta-feira, 30 de outubro de 2009

EU QUERO!!!!

Eu quero.
Eu quero tirar partido deste tempo que disponibilizo religiosamente, todos os dias úteis.
Não estou disposto a passar por esta vida sem deixar a minha marca bem vincada, não estou disposto a ser apenas mais um, no meio da multidão.
Esta história das novas oportunidades está a ser um pouco uma farsa, não porque não esteja a ser comprido o estipulado, mas porque todo isto está longe do que eu imaginava.
Eu quero compreender os nossos autores, algo que não sou minimamente capaz.
Eu quero perceber o que dizem as entrelinhas de José Saramago “em jangada de pedra ou ensaio sobre a cegueira,”perceber o que querem dizer todos os “ses” de Mário Zambujal, perceber as informações camufladas nas letras de Sérgio Godinho, Pedro Barroso, José Mário Branco…
Eu quero, perceber a agonia da “grande” Flor Bela Espanca e, a revolta do carismático Zéca Afonso.
Quero ser capaz de perceber os “Lusíadas”e ou as artimanhas de Camilo Castelo Branco, eu quero entender as mensagens do Bocage, ou os códigos do Eça, eu quero tanta coisa, e não entendo quase nada do que leio, quando não desisto a décima página levo uma eternidade para decifrar o conteúdo da escrita dos nossos autores.
Novas oportunidades “uma ova” isto não são oportunidades, isto não passa de rebuscar nas nossas vidas já de si tão dramáticas e deploráveis, eu quero uma nova oportunidade, para não passar ao lado de tudo o que os nossos antepassados fizeram de bom pela cultura Portuguesa, quero perceber os seus dramas o porquê das suas angustias e raiva, quero sozinho um dia perceber o que quis dizer Álvaro Cunhal com o seu “até amanha camaradas”.
Se não for pedir muito eu quero realmente “novas oportunidades”
Eu quero ser capaz de perceber o nosso povo os nossos políticos os nossos religiosos… sem pedir ajuda a quem quer que seja.

SA B.

4 comentários:

  1. Eu, também queria...
    vamos ver se algum dia o iremos conseguir.
    AFINAL ESTAMOS A FREQUENTAR O EFANS.

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  2. Convém, antes de mais, disponibilizar algum tempo para LER, depois o "entendimento" desenvolve-se... Não se fazem omoletes sem ovos... Por vezes, dá-se o caso de existirem ovos, tacho, batedeira mas, como eu disse, exitem, não coexistem. Não raras vezes, só pensar na energia que se gasta, na loiça que se suja... Mais vale ir comer fora, ou então, encomendar... Mas depois... reclama-se: «Ouça lá, com todo o respeito, porque é que esta omolete não sabe a nada? Eu pensava que a omolete iria saber tal e qual a da minha tia? Afinal, eu tenho os meus direitos, ou não?»
    Desejos do melhor sucesso
    Da vossa amiga Historiadora.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Bem, o melhor será tirar uma Licenciatura em Literatura Portuguesa! ;) Estou a brincar...

    A iniciativa "Novas Oportunidades" destina-se, como o próprio nome indica, a dar uma segunda oportunidade a quem, por dificuldades económicas ou por uma errada decisão juvenil, deixou a escola mais cedo do que devia; isto porque, a ANQ (Agência Nacional da Qualificação), há uns tempos, decidiu catalogar as profissões e aliá-las ao grau de escolaridade que cada profissional deve possuir. Parece-vos bem que o Sr. Joaquim, empregado na empresa XXX, empresa certificada, seja impedido de continuar a exercer as suas funções na dita empresa?! É que a empresa, num mundo tão competitivo como o nosso, precisa de continuar a ostentar a "bandeira" da Certificação de Qualidade! Pois, parece que somos todos da mesma opinião...o sr. Joaquim merece uma segunda oportunidade e, acima de tudo, merece não perder o emprego.
    Sem ser defensora da iniciativa, reconheço-lhe o propósito, ou melhor, os propósitos. Não podemos, nem devemos, esquecer outro dos intuitos (não menos importante) deste projecto: incitar o espírito crítico assertivo no adulto. Espera-se desenvolver, através dos diferentes Temas das diferentes áreas, a observação, a pesquisa e a reflexão ( as benditas reflexões) sobre o mundo que nos rodeia, para que sejamos cidadãos pro-activos na sociedade em que vivemos.
    Não devemos, por estas e por outras razões, comparar ou esperar por um ensino igual ao regular. No ensino regular, tradicional, o aluno trabalha um programa de 3 anos, num curso EFA NS, o formando trabalha um programa (referencial) diferente e diferenciado. Vamo-nos deixar de comparar o que não é comparável e tirar o melhor partido das tão mal-faladas Novas Oportunidades, que só são mal-faladas porque não foram bem explicadas e contextualizadas.

    Um grande bem haja pelo fabuloso trabalho que têm desenvolvido na construção do vosso CONHECIMENTO!
    Seguir-vos-ei neste espaço.

    Carla Coelho

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